"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens." (Fernando Pessoa)


sexta-feira, 30 de abril de 2010

Na margem do rio Pietra eu sentei e chorei




PAULO COELHO


NA MARGEM DO RIO PIEDRA EU SENTEI E CHOREI


Trechos que amei:


Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei.

Conta a lenda que tudo que cai nas águas deste rio - As folhas, os insetos

as penas das aves - se transforma nas pedras do seu leito.

Ah, quem dera eu pudessa arrancar o coração do meu peito e atirá-lo na correnteza, e então não haveria mais dor, nem saudade, nem lembranças.

Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei.

O frio do inverno fez com que eu sentisse as lágrimas no rosto, e elas se misturaram com as águas geladas que correm diante de mim.

Em alguma lugar este rio se junta com outro, depois com outro, até que - distante dos meus olhos e do meu coração - todas estas águas se confundem com o mar.

Que as minhas lágrimas corram assim para bem longe, para que meu

amor nunca saiba que um dia chorei por ele.

Que minhas lágrimas corram para bem longe, e então eu esquecerei o rio Piedra, o mosteiro, a igreja nos Pireneus, a bruma, os caminhos que percorremos juntos.

Eu esquecerei as estradas, as montanhas e os campos de meus sonhos - sonhos que eram meus, e que eu não conhecia.


Eu me lembro do meu instante mágico, daquele momento em que um "sim" ou um "não" pode mudar toda a nossa existência. Parece ter acontecido há tanto tempo, e - no entanto - faz apenas uma semana que reencontrei meu amado e o perdi.

Nas margens do rio Piedra escrevi esta história.

As mãos ficavam geladas, as pernas entorpecidas pela posição, e eu precisava parar a todo instante. Procure viver. Lembrar é para os mais velhos - dizia ele.

Talvez o amor nos faça envelhecer antes da hora, e nos torna jovens quando a juventude passa. Mas como não recordar aqueles momentos? Por isso escrevia, para transformar a tristeza em saudade, a solidão em lembranças.

Para que, quando acabasse de contar a mim mesma esta história, eu a pudesse jogar no Piedra - assim me dissera a mulher que me acolheu.

Então - lembrando as palavras de uma santa - as águas poderiam apagar o que o fogo escreveu.


Esse livro foi um poderoso divisor de águas na minha vida. Ele me deu coragem que eu precisava para acreditar no meu sonho e acreditar que eu poderia e conseguiria mudar. Ele me marcou..

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