"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens." (Fernando Pessoa)


terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ainda dói aquela despedida ...






Oi Dad....

Hoje é um dia meio triste. Não gosto de me lembrar desse dia há sete anos atrás. Foi um dia difícil, foi um dia que mais parecia um pesadelo. Ainda consigo sentir o sufoco do meu coração e ouvir seus soluços. Aqueles últimos momentos, foram angustiantes, desesperados. Me imaginava sem você. e me colocava em seu lugar. Será como ele está se sentindo? Será que está com medo? Tem alguém com ele? Me pergunto dad, o que nos aguarda. Que mistério é esse do fim, mas que é o começo, do começo que é o fim....
Precisei te dar um adeus forçado. Nossos últimos meses juntos foi de muito aprendizado, mas de muita tristeza. Nos agarrávamos á esperança, mas ela estava por um fio. Eu tinha raiva de quem ousava dizer nossa real situação, de quem me dava o conselho para eu me despedir. Nunca conseguiria me despedir de você. Esse adeus eu não tinha forças para dar. E tudo aconteceu, como num pesadelo, num desses golpes que a vida nos dá.
Sinto falta da sua presença, de seus telefonemas, do cheiro do pós barba, de alguém me chamar de Sikekinha...
Sua presença agora é abstrata. Não passamos mais natais juntos, nem comemoramos datas.
Aquele dia, uma semana antes, que conversamos sobre sua infãncia e juventude, descobri um pouco mais de você, e me arrependo quando passamos inúmeros momentos vendo tv, ou na mesma casa, sem nos dedicarmos a mais algumas conversas assim. Quando você me disse que sou sua filhinha querida, vi a despedida em seus olhos, recusei a aceitar, mas entendi minha importância na sua vida.
Perdoe-me se fechei os olhos para algumas coisas que tenho certeza que você já via, na sua resignação. Me perdoe se não fiz tudo que gostaria porque simplesmente achei que teríamos um tempo a mais...
Hoje dói porque não posso abraçá-lo. Não posso ouvi-lo. Mas acredito que posso dizer algumas coisas, e que você possa me ouvir. Te amo dad. E espero vê-lo na hora certa, nesse céu lindo...
Eu vou prosseguindo minha vida. Tenho um pouco de você, vejo um pouco de você em cada canto, inclusive no meu filho, no seu neto que vê sua foto e fala: Mamãe porque vovô Alex já está lá no céu ??
Venha me visitar em meus sonhos, quero abraça-lo, sentir seu perfume e matar um pouco dessa saudade que por ora sufoca...

Até mais Dad amado.

Sua filhinha querida,

Sikeka....

Silmara Cardoso Trindade
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Um comentário:

  1. Olá.Li o seu texto e me sensibilizei muito, pois tive que me "despedir" do meu pai em janeiro deste ano.Foi o dia mais triste da minha vida.
    Abraço.
    Izabel

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