quarta-feira, 28 de julho de 2010
Eu e eu
Um dia triste
Tarde de agosto de 2003.
Nessa tarde chorei tanto, mas tanto, que eu nem imaginava que alguém poderia chorar assim. O choro vinha lá de dentro do coração. Era um choro doído, sem esperanças, perplexo. Meu coração não aceitava, não entendia. Eu andava de um lado para outro, varria a casa e olhava lá pra fora incrédula. Era agosto, os ventos faziam um som nos ciprestes e eles balançavam. Aqueles movimentos sempre me traziam boas sensações, mas naquele dia o balanço era triste, a tarde estava com um sol estranho pra mim, e o dia parecia meio cinza.
Eu passava pano, e parava e olhava de novo na janela. Acho que queria que meu pai aparecesse, andando, como se nada tivesse acontecido. Ou se pelo menos ele aparecesse como em filmes, todo iluminado, como se fosse seu espírito, mas de alguma forma aquilo pudesse acalmar meu coração...
Foi a primeira vez na minha vida em que eu não conseguia segurar as lágrimas por horas a fio. Elas não paravam de sair e inundar meus olhos, no fim da tarde eles estavam inchados e eu exaurida.
Foi quando de repente veio na minha direção um pássaro preto. Ele deu uma rasante, que na hora achei que fosse bater na janela. Achei aquilo estranho. Saí e olhei para todos os lados a sua procura. E espantada pude vê-lo bem em cima do parapeito da janela, me olhando. Ele era diferente, todo preto, grande, e com uma penugem branca no rabo.
Sentei-me na varanda, no degrau, e por uns minutos admirei aquele local que eu amava. Um condomínio nas montanhas, um lugar com uma natureza indescritível. Um lugar onde me sinto em paz.
Meus pensamentos viajaram e me lembrei do último dia do meu pai em minha casa. Coloquei uma cadeira na grama para ele sentar e ficar olhando, descansando. Passei um café, e tomamos juntos conversando sobre algumas coisas. Meu pai sempre amou pássaros, em especial, pássaros pretos. Já tivemos dois, ele um e eu outro quando ainda éramos uma família tradicional e meio feliz.
O mais marcante é que nessa tarde, eu disse a meu pai que no condomínio era cheio de pássaros pretos, mas que eles nunca vinham em minha casa. Eu os via nas gramas de outras casas. E ele me disse para colocar mamões que os pássaros pretos adoram.
De repente, interrompendo meus pensamentos, o pássaro pousou na grama bem na minha frente, e começou a comer mosquitinhos, ele saltava e pegava, parecia dançando. E assim, foi. Vieram mais três pássaros pretos, e pousaram junto do outro, fazendo também a dança. Não sei falar se isso durou três minutos ou meia hora. Eu só sei que aquele espetáculo era para mim. Não sei dizer de onde veio, nem como, nem nada, só sabia seu significado, e isso acalmou meu coração...
Silmara Cardoso Trindade
Um dia meu
05 de maio de 2001.
Foi o dia mais feliz da minha vida. Quando eu saí do carro, bati com a coroa no teto de novo, e quase que desmancha o penteado. Minhas pernas tremiam, minha mão estava gelada e molhada. Meu pai me olhou e disse: Está linda.
A Igrejinha pequena, ao pé das montanhas estava abarrotada, o por do sol se ia. Culpa do fotógrafo. Eu não tinha coragem de olhar para os lados, só via que todos de todos os lados me olhavam.
Cruzamos os braços e fomos passo a passo caminhando para porta da igreja.
O início da marcha nupcial colaborou para minhas pernas tremerem mais ainda, quase que não consegui dar o primeiro passo. A primeira pessoa que vi quando as portas se abriram foi ele, o maior anjo de minha vida, o meu amor.
Rapidamente me lembrei quando falei assim com minha mãe, quatro anos atrás: Quero alguém que eu ame. Mas alguém que eu ame tanto que meus olhos não consigam disfarçar. E ela me disse: Amar muito é perigoso, podemos sofrer. Mas isso nem passava pela minha cabeça, eu só queria amar, e amar muito.
Combinamos de não ficarmos nervosos, de olharmos um no olho do outro quando eu estivesse entrando. Ele me olhou assim, eu me perdia olhando as pessoas para verem as caras que estavam fazendo.
Combinamos também, de selar o matrimônio com um beijo celestial, e foi assim. Saímos da Igreja totalmente borrocados. O padre riu....
Silmara Cardoso Trindade
Pai - Sabedoria na simplicidade
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Quebrando pedras e plantando flores
Não morre aqueles que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos...
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.
Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.
Entre pedras
cresceu a minha poesia.
Minha vida…
Quebrando pedras
e plantando flores.
Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude
dos meus versos.
De Cora Coralina
A vida
O que realmente devemos nos importar nessa vida?
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Eu aprendi ...
Eu aprendi...
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Quando me amei de verdade
Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é... Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes. Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é...Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é... Saber viver!!!
Charles Chaplin
terça-feira, 13 de julho de 2010
O Eu supremo
Só você e Deus
Você não deve querer
E Ele nunca quis....