"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens." (Fernando Pessoa)


terça-feira, 30 de junho de 2015

Sem palavras....


Mãe não deveria ter medo de chuva.
Medo de estragar o cabelo recém escovado.
Pressa com o menino que desajeitadamente coloca o casaco.
Hoje tive pressa. Perdi a paciência tomando chuva do lado de fora do carro enquanto você decidia se colocava o casaco ou não...
Mas depois o vi seguindo sem mim, guarda chuva aberto, lancheira nas costas e mochila na outra mão; então reparei no casaco mal colocado, subindo desajeitado, com mangas displicentemente arregaçadas...
Tive o ímpeto de correr e ajeitá-lo. De voltar o relógio do tempo e simplesmente ser paciente. Deixar a chuva molhar meu cabelo e minha calça branca repreensivelmente alvejada enquanto você se aprumava.
Mães não deveriam ter pressa nem cabelo escovado. Não deveriam usar calças brancas ou sapatos com salto. Principalmente não deveriam ter medo de chuva nem relógios de pulso.
Qualquer tipo de relógio deveria ser banido do tipo mãe, já que pra elas estes deveriam ser itens supérfluos, dispensáveis, irresponsáveis.
Pois é uma irresponsabilidade contabilizar minutos de afobamento diante da eternidade que a infância representa.
Mães não deveriam ter sono e sua fome deveria ser somente de algodão doce, pipoca e quindim.
Mães deveriam ser somente pacientes_ com casacos difíceis de abotoar, bolsos cheios de tranqueiras, paradas repetitivas para recolher objetos enigmáticos pelo caminho, cadarços desamarrados e preguiça de tomar banho.
Mães não deveriam ter compromissos oficiais ou judiciais. Seu ofício deveria ser simplesmente adivinhação, mímica, teatro de fantoches e pintura a dedo. Pra elas não deveria ser necessário manicure, depilação ou baby liss. Seu sorriso deveria ser sempre uma risada barulhenta e sua voz, um convite à fantasia...

Fabíola Simões
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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Sem medo por favor.... sem medo!



É preciso correr riscos. Só entendemos direito o milagre da vida quando deixamos que o inesperado aconteça.

Todos os dias Deus nos dá – junto com o sol – um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. Todos os dias procuramos fingir que não percebemos este momento, que ele não existe, que hoje é igual à ontem – e será igual à amanhã.

Mas, quem presta atenção ao seu dia, descobre o instante mágico.

Ele pode estar escondido na hora em que enfiamos a chave na porta pela manhã, no instante de silêncio logo após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais. Este momento existe – um momento em que toda a força das estrelas passa por nós, e nos permite fazer milagres.

A felicidade às vezes é uma bênção – mas geralmente é uma conquista.

O instante mágico do dia nos ajuda a mudar, nos faz ir em busca de nossos sonhos. Vamos sofrer, vamos ter momentos difíceis, vamos enfrentar muitas desilusões – mas tudo é passageiro, e não deixa marcas. E, no futuro, podemos olhar para trás com orgulho e fé.

Pobre de quem teve medo de correr os riscos. Porque este talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem sofra como aqueles que têm um sonho a seguir.

Mas quando olhar para trás – porque sempre olhamos para trás – vai escutar seu coração dizendo:

“O que fizeste com os milagres que Deus semeou por teus dias? O que fizeste com os talentos que teu Mestre te confiou? Enterraste fundo em uma cova, porque tinhas medo de perdê-los. Então, esta é a tua herança: a certeza de que desperdiçaste tua vida”.

Pobre de quem escuta estas palavras. Porque então acreditará em milagres, mas os instantes mágicos da vida já terão passado.
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Ninguém tem o poder de te fazer infeliz,
Só você e Deus
Você não deve querer
E Ele nunca quis....